deixar o passado

Recebi uma newsletter e uma notificação de um app que sigo... e isso foi o que aconteceu:

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"O que eu poderia ter feito para não ter recebido o não?

Ou quem eu poderia ter sido para não ter recebido o não? 

Se eu fosse princesa, você teria ficado mais?

Teria vestido também a sua fantasia de príncipe e me resgatado do castelo? 

Você não me rejeita pelo que tenho de pior. Você recusa o que eu tenho de melhor. Rejeita-me pelo que construí a tão duras penas: minha segurança, meu desejo manifestado, meu corpo disponível e alegre. 

Não me é inofensivo voltar atrás. Não é um pequeno desvio, pois os passos que eu dei foram bem pequenos, mas demoraram décadas. Não foram passos em terreno plano, foi uma subida íngreme e cheia de armadilhas. Descer será (Seria) rápido demais, mas subir ... ah, subir ... você nunca saberá... 

Fui rejeitada pelo que tenho de mais precioso: minha honestidade brutal e o compromisso inadiável comigo mesma. 

Que bom olhar com nitidez agora: foi porque venci que perdi você." 


(trechos do texto da Liana Ferraz)



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esse texto aí de cima, é algo que eu gostaria de ter escrito, mas fico muito feliz por alguém tê-lo feito. 

Cabe em algumas situações que já vivi e que vivencio. 

Cabe com um e com outro, talvez com outras também. 

Ontem mesmo deixei uma parte do meu passado... conversas de alguns anos, muitas trocas; 

foram parar no lixo, no nada do espaço virtual.

Sem arrependimentos, sem sentimentos certos... uma mistura de alívio, orgulho e decepção.


Esses questionamentos, esses joguinhos, o pensar nas palavras, no que dizer e o que fazer, como se portar... eu deveria ser eu mesma ou a figura de uma princesa, uma donzela frágil que precisa ser salva pelo príncipe encantado? O que nos leva a pensar que precisamos ser salvas de algo? E o que seria?! 

 

Ainda bem que as princesas estão mudando. 

Ainda bem que as princesas são autossuficientes e não dependem mais de um príncipe, 

(apesar da sociedade ainda reforçar a ideia de que só seremos completas com um)

Ainda bem que as princesas hoje, jogam bola, votam, tem cargos em grandes e pequenas empresas, são políticas, são artistas, são presidentes, botam a mão na massa, na terra...  

Ainda bem que temos grandes princesas com voz e presença, com escrita, com coragem. 


As princesas têm desejos próprios... fazem por elas mesmas.  

"Compromisso inadiável comigo mesma" - essa é a chave, esse é o segredo talvez, esse é o grande lance.

Acima de tudo, ter um compromisso inadiável com você mesma.

Não se deixe pra depois, não se deixe ser escolhida pelo outro,

não deixe decidirem o seu caminho por você.  

Tome as rédeas da sua própria vida. 

Se escolha. 

Escolha ser a princesa que não precisa de vestido rosa e nem do príncipe encantado num cavalo branco.

Escolha ser você mesma, sem joguinhos, sem tentar caber num papel que não lhe cabe mais.  

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